Na língua portuguesa definimos a palavra ídolo como uma figura representativa de uma divindade a qual se presta culto - ou pessoa a qual se tributa demasiado respeito e excessivo afeto. A meu ver, o agora ex goleiro Marcos se encaixa perfeitamente dentro desta definição, afinal de contas qual torcedor do Palmeiras nunca orou ou fez alguma promessa para que ele operasse um milagre, principalmente nas decisões por pênaltis? Qual torcedor no Brasil não criou por ele no mínimo uma admiração e respeito pelas suas entrevistas diretas e sem rodeios, pela conquista do pentacampeonato com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002? Em seus 18 anos como atleta profissional, o goleiro do Parque Antártica Marcos Roberto Silveira dos Reis, conseguiu a admiração e o respeito de todos aqueles que em sua verdadeira essência amam o esporte bretão mais praticado nas terras Tupiniquins. Infelizmente nos dias de hoje, os empresários e o dinheiro falam mais alto, superam a paixão e a mística das tradicionais camisas dos clubes brasileiros, que para seus torcedores são às vezes mais sagradas e mais importantes do que de fato deveriam. Marcos ao contrário da grande maioria dos jogadores atuais que mudam de clube como quem muda de roupa diariamente usando sempre aquela desculpa “sabe como é, sou profissional”, nadou ao oposto desta maré. No dia 20 de janeiro de 2003, ele simplesmente recusou uma proposta milionária do Arsenal da Inglaterra, para permanecer no Palmeiras que havia caído para a Série B no ano anterior, e foi importantíssimo para reconduzir o time novamente à elite do futebol nacional naquele ano. Acho que neste dia em especial, ele não foi nada profissional não é mesmo? A situação era muito propícia para a sua saída, afinal de contas era só assinar o contrato e dar uma entrevista dizendo que “sabe como é, sou profissional”. Marcos sempre deu a cara para bater, nunca se negou a falar com a imprensa ou com quem quer que fosse, principalmente quando o momento era ruim. Ao contrário de muitos, ele sempre teve honra e hombridade suficiente para assumir seus erros e falhas, e acima de tudo sempre teve a força e a capacidade em dar a volta por cima. Infelizmente, o nosso futebol está mais pobre e mais triste sem o São Marcos dentro das quatro linhas. Mas a vida é assim, é o ciclo natural das coisas, pois tudo um dia terá um final. Valeu demais Marcão, afinal você conseguiu sair da posição mais ingrata do futebol que é a de goleiro, para alcançar um patamar que pouquíssimos chegarão, que é o de ter se tornado um ídolo! A você Marcos Roberto Silveira dos Reis, ou melhor, São Marcos, todo o respeito, carinho, admiração e sorte nesta sua nova trajetória.
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