Cada vez mais coloca-se em xeque a seriedade e pior ainda, a idoneidade dos árbitros de futebol no Brasil. Ao meu ver existem dois fatores que comprometem muito a atuação dos juízes dentro de uma partida – a falta de padronização dos critérios usados nas regras do jogo e a falta de profissionalização do trio de arbitragem. Em relação ao primeiro fator, o maior problema é que não há critérios aos quais possam ser utilizados para se criar uma padronização que auxiliaria nas decisões dos árbitros, e isso causa os inúmeros problemas que todos apontam nas arbitragens em nosso futebol. A regra é interpretativa, mas é essencial que se tenha um critério a ser seguido, que se crie uma uniformidade porque se não as interpretações sempre serão subjetivas, o que sempre dará margens para inúmeras formas de se analisar o mesmo lance. Já o segundo fator é algo inadmissível, afinal de contas não é possível que na atual conjuntura do futebol no Brasil, às margens de receber a Copa das Confederações e a Copa do Mundo a questão da profissionalização dos árbitros seja ainda um tabu. É inconcebível que no "país do futebol", uma peça tão importante e que tem o poder de influenciar diretamente no resultado final de uma partida, não seja e não tenha todo um preparo profissional para que possa exercer seu trabalho de forma tranquila e correta! Óbvio que há fatores que vão contra essa profissionalização, e que por sinal são os mesmos que eram usados por nossos governantes no passado em relação à educação – um povo sem cultura não é capaz de pensar e escolher melhor os seus líderes; e um árbitro sendo "amador" (uma vez que ao contrário dos jogadores que são profissionais, ele não vive desta profissão) é mais fácil de ser manipulado, e com toda a certeza cederá à pressões de diretores e dirigentes que farão e fazem de tudo para garantir o lado do clube que defende. É preciso urgentemente levantar esta bandeira, afinal de contas é inadmissível que em um esporte que mexe tanto com a emoção dos brasileiros e que faz girar uma fortuna, os árbitros ainda não sejam profissionais como todos os outros que estão envolvidos neste meio. É lamentável!
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