Por sua vez, ao contrário do que aconteceu com o América e o Atlético, o Cruzeiro começou o ano de forma arrasadora e era apontado por grande parte da mídia nacional como um dos favoritos aos títulos que iria disputar. No Campeonato Mineiro a equipe que na época era comandada por Cuca foi superior aos demais e acabou faturando o título em cima do maior rival. Na primeira fase da Copa Libertadores, o time da Toca chegou a ser apelidado pelo técnico do Peñarol, o uruguaio Diego Aguirre de “Barcelona das Américas”, apelido dado devido às partidas fantásticas e às goleadas que a Raposa vinha aplicando sobre seus adversários de forma impiedosa. Só que quando vieram as oitavas de final da competição aconteceu o que muitos davam com impossível, e de maneira inacreditável, o Cruzeiro que era apontado como um dos principais postulantes ao título caiu em casa deixando a China Azul estarrecida e frustrada. Naquela fatídica noite, o Cruzeiro entrou em campo irreconhecível e perdeu para o Once Caldas da Colômbia, por 2 à 0, e mesmo tendo vencido o primeiro jogo fora de casa por 2 à 1, o time celeste foi eliminado. E como em um passe de mágica, aquela equipe que em outrora era chamada de o “Barcelona das Américas” passou a jogar como um time pequeno, não obtendo resultados satisfatórios o que custou o cargo do treinador Cuca. Daí em diante, o mundo simplesmente desmoronou em cima da Toca da Raposa. Houve mudança não só no comando técnico e no elenco, mas também na direção, como por exemplo, a troca do competentíssimo diretor de futebol Eduardo Maluf pelo inexperiente Dimas Fonseca. Para a vaga de Cuca veio o folclórico Joel Santana, que com a sua inseparável prancheta até conseguiu vencer algumas partidas importantes no comando do Cruzeiro. Mas, mais uma vez metendo os pés pelas mãos, a diretoria celeste demitiu Joel e trouxe o treinador das categorias de base do clube e da Seleção Brasileira Emerson Ávila, que mesmo sendo um cara muito competente, ainda não estava preparado para assumir o grupo principal do Cruzeiro, principalmente nas circunstâncias em que o as coisas se encontravam. Então, como em uma tragédia anunciada, Ávila também não aguentou à pressão e foi substituído por Vágner Mancini, outro técnico que mesmo sendo um cara correto e trabalhador, não tem a menor expressão no futebol brasileiro. E com todo esse turbilhão de mudanças, o segundo turno do Brasileirão foi um Deus nos acuda, um verdadeiro martírio para a Raposa que colecionou 9 derrotas, 7 empates e pasmem; apenas 3 vitórias. Destas vitórias, com toda a certeza a mais importante foi a da última rodada diante do Galo, não só pelo placar inesquecível para os cruzeirenses de 6 à 1, mas porque essa foi a vitória que garantiu a permanência da Esquadrão Azul do Barro Preto na elite do futebol nacional em 2012, e que fez com que o Cruzeiro ainda continue sendo o único clube das Minas Gerais a não ter tido a mácula do descenso em sua história. Realmente 2011 foi um ano terrível, mas um ano que nunca deve ser esquecido, afinal de contas ele serve de lição para que todos aqueles que comandam os clubes mineiros, tenham a exata noção dos seus erros e de como estão transformando nossos times em chacota nacional. Todos devem lembrar-se deste ano como o ano em que Minas Gerais mostrou ao resto do Brasil o quão ridículo, desorganizado e fraco está o seu futebol. Que em 2012 as coisas mudem para melhor, que deixemos de ser pequenos, de sermos apenas meros coadjuvantes e passemos de fato a protagonistas!
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